China condena traficante de crianças à morte em caso mediático

A China confirmou hoje a condenação à morte de um traficante de crianças, no mais recente capítulo de um caso que atraiu grande atenção mediática ao longo dos anos no país asiático.

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Lusa
19/12/2024 10:41 ‧ há 2 horas por Lusa

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China

Yu Huaying, de 60 anos, separou pelo menos 17 crianças dos seus pais e vendeu-as a famílias na década de 90.

 

Foi condenada à pena de morte pela primeira vez no ano passado, mas recorreu da sentença, o que frequentemente resulta numa decisão mais branda na China.

Mas um tribunal da província de Guizhou, no sudoeste do país, confirmou hoje finalmente a sua condenação à morte, segundo a imprensa oficial.

"Esta decisão é definitiva e Yu Huaying já não poderá recorrer", declarou a televisão estatal CCTV.

"O caso será agora submetido ao Supremo Tribunal Popular para revisão (...) antes de entrar na fase de execução", acrescentou a CCTV.

Este caso foi amplamente divulgado em 2022, quando uma mulher, Yang Niuhua, revelou a sua história à polícia.

Vendida aos cinco anos de idade por menos de 500 dólares (480 euros), Yang contou nas redes sociais a sua busca para encontrar a família biológica, despertando a emoção de muitos internautas.

Yu Huaying, responsável pelo seu rapto, foi detido no mesmo ano e inicialmente condenado à morte em setembro de 2023 pelo tráfico de dez outras crianças.

A investigação reaberta estabeleceu posteriormente que pelo menos 17 crianças tinham sido raptadas por Yu.

Yu Huaying raptava-as normalmente no sudoeste da China e vendia-as através de terceiros a famílias centenas de quilómetros mais a norte.

A imprensa chinesa noticiou em outubro que a primeira criança que vendeu foi o seu próprio filho, há várias décadas, quando estava a passar por "dificuldades financeiras".

Nos últimos anos, os órgãos estatais têm dado grande cobertura ao tema do rapto de crianças.

Durante a política do filho único, a preferência pelos rapazes levou muitas famílias a vender ou a abandonar as raparigas não desejadas.

A China permitiu que todas as famílias tivessem dois filhos a partir de 2016 e três filhos a partir de 2021.

As estatísticas sobre a pena de morte são classificadas como segredo de Estado por Pequim.

Mas a Amnistia Internacional calcula que a China executa mais pessoas por ano do que qualquer outro país, à frente do Irão e da Arábia Saudita.

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