Em comunicado, o grupo palestiniano referiu que o cerco militar provocou 9.500 feridos, muitos deles com lesões graves e crónicas, e que as tropas israelitas detiveram 2.600 pessoas, incluindo o diretor do hospital Kamal Adwan, algo já confirmado pelo exército.
"A destruição infligida a casas, hospitais, instalações públicas e infraestruturas revela claramente a intenção da ocupação israelita de erradicar deliberada e sistematicamente a vida em Gaza, provocando uma profunda crise humanitária que agrava o sofrimento do nosso resistente povo palestiniano", salientou o Hamas.
O exército israelita retomou no início de outubro a sua ofensiva no norte da Faixa de Gaza, que inclui Jabalia e o seu campo de refugiados, Beit Lahia e Bei Hanoun, alegando que o Hamas se estava a reagrupar.
Israel afirma que cerca de 70% dos edifícios no norte de Jabalia e noutras cidades do norte, como Beit Lahia e Beit Hanoun, foram destruídos, embora os responsáveis do Hamas em Gaza estimem 96%.
Durante mais de três meses, as tropas de Benjamin Netanyahu cercaram e retiraram de serviço os três principais hospitais do norte do enclave (Kamal Adwan, Indonesian e Al Awda), deixando o sistema de saúde de Gaza, já quase em colapso, num estado ainda mais crítico.
De acordo com os últimos dados do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), apenas 16 dos 37 hospitais estão atualmente a funcionar na Faixa de Gaza.
"As Nações Unidas tentaram chegar à zona sitiada do norte de Gaza 165 vezes entre 6 de outubro e 31 de dezembro de 2024", sempre sem sucesso, informou o OCHA a 8 de janeiro.
Estima-se que 100 soldados do Hamas e outros tantos civis permanecem no devastado campo de refugiados de Yebalia, que albergava mais de 110 000 pessoas antes da guerra e que já sofreu duas ofensivas em plena guerra, no final de outubro de 2023 e em março de 2024.
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