"Sou o diretor interino da USAID", afirmou Rubio durante uma visita a El Salvador, a sua primeira viagem ao estrangeiro no cargo, sustentando que a agência de cooperação norte-americana se encontra "completamente desprovida de capacidade de resposta".
O chefe da diplomacia dos EUA afirmou que o "nível de insubordinação torna impossível a realização de uma análise séria" da agência norte-americana.
A administração norte-americana afastou dois chefes de segurança da USAID após se terem recusado a entregar material confidencial Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), dirigido pelo empresário Elon Musk, que disse ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que concordava com o encerramento da USAID.
Rubio confirmou que o Departamento de Estado - equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros - assumiu o controlo da agência, que gere programas de ajuda em cerca de 120 países, cujos funcionários foram informados por correio eletrónico para não se deslocarem hoje até aos seus escritórios.
O novo secretário de Estado norte-americano, que apoiou a ajuda externa enquanto senador, acusou a USAID de atuar como uma "entidade não-governamental independente" e de não responder às perguntas da nova administração norte-americana sobre o seu financiamento e prioridades.
"Cada dólar que gastamos, cada programa que financiamos tem de estar alinhado com o interesse nacional dos EUA, e a USAID têm um histórico de ignorar este facto e decidir que, de alguma forma, são uma instituição de solidariedade global separada do interesse nacional", afirmou Rubio.
"Em muitos casos, a USAID está envolvida em programas que vão contra o que estamos a tentar fazer com a nossa estratégia nacional", reiterou o secretário de Estado norte-americano.
Rubio reconheceu também o papel da agência norte-americana no panorama internacional e assegurou que "as funções da USAID continuarão", embora sem esclarecer o modo de funcionamento da agência no futuro.
"Não se trata de acabar com os programas da USAID 'per se'. Há coisas que a USAID faz que são boas e há coisas que fazem que nos levantam questões importantes", acrescentou.
A sede da USAID em Washington permaneceu hoje fechada após Trump ter assinado uma ordem executiva que suspende toda a ajuda internacional durante 90 dias, pouco depois de chegar à Casa Branca.
A USAID foi criada em 1961 pelo Presidente John F. Kennedy para assegurar a administração da ajuda humanitária internacional dos Estados Unidos e dispõe de um orçamento de vários milhares de milhões de dólares para organizar projetos internacionais com o objetivo de combater a pobreza, doenças e responder à fome e às catástrofes naturais.
A agência promove ainda a democracia e o desenvolvimento através do seu apoio às organizações não-governamentais (ONG), aos meios de comunicação social independentes e às iniciativas sociais.
[Notícia atualizada às 19h19]
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