"É inadmissível, inaceitável, e temos de encontrar a pessoa que o fez", disse Bruno Retailleau sobre o incidente, que deixou cerca de 15 pessoas feridas, seis delas gravemente, referindo que este tipo de ataque "nunca tinha acontecido antes em França" e que o autor do ataque "ultrapassou todos os limites".
Durante uma visita ao local do ataque, no sul de Grenoble, o ministro salientou que armas como espingardas de assalto foram detetadas anteriormente em incidentes semelhantes, mas "não uma granada", como neste caso, de acordo com informações do jornal francês Le Figaro.
"Sabe-se que a Kalashnikov é uma das armas preferidas pelos criminosos do narcotráfico, mas desta vez passámos ao nível seguinte, porque é uma granada", afirmou Retailleau, acrescentando que este tipo de arma é "concebida mais para ferir do que para matar".
As forças de segurança francesas continuam à procura do principal suspeito, que entrou num bar comunitário na Rue Claude-Kogan, no bairro da Vila Olímpica, onde atirou uma granada, estando armado com uma espingarda e com uma balaclava a cobrir a cabeça.
O ataque ocorreu por volta das 20h15 locais (19h15 em Lisboa) de quarta-feira.
Sem dizer uma palavra, o atacante retirou a cavilha de uma granada explosiva (que projeta fragmentos de metal) e fugiu, enquanto o estabelecimento era destruído por dentro pela explosão.
O inquérito ao ataque está a envolver 20 investigadores e está a ser conduzido pelo tribunal inter-regional de Lyon especializado na luta contra o crime organizado (JIRS).
Segundo Bruno Retailleau, o bar em questão tinha sido objeto de um inquérito administrativo ligado a suspeitas de "vários tipos de tráfico", estando num "processo de encerramento".
"Estamos a lidar com um contexto mais vasto de tráfico e crime organizado", afirmou o ministro francês, rejeitando uma possível motivação terrorista.
O presidente da câmara de Grenoble, Éric Piolle, condenou na quinta-feira "com a maior veemência o ato criminoso de violência sem precedentes que ocorreu num local da Aldeia Olímpica, causando mais de dez feridos, vários deles graves".
"Agradeço às forças de segurança e aos serviços de emergência pela sua rápida intervenção. O hospital ativou o seu plano de emergência para tratar os feridos. Estamos a acompanhar de perto a situação. A cidade dará o seu apoio, como sempre faz", acrescentou Éric Piolle.
Um dia após o ataque, o filho do proprietário do bar foi detido por contrabando de cigarros, de acordo com a Procuradoria de Grenoble.
Grenoble é regularmente palco de episódios de violência ligados ao tráfico de droga e, no verão passado, as autoridades falavam de uma "guerra de gangues".
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