Presidente angolano promete usar experiência pela paz na União Africana

O Presidente angolano prometeu hoje, dia em que Angola assume a presidência rotativa da União Africana, colocar a sua experiência ao serviço da paz e segurança no continente africano e lançar um vasto plano de captação de investimento e financiamento.

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Lusa
15/02/2025 11:27 ‧ há 7 horas por Lusa

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União Africana

No seu discurso de aceitação da presidência rotativa da União Africana, durante a 38.ª cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA, João Lourenço abordou os "imensos problemas ligados à paz e segurança" no continente africano, "que constituem um fator de bloqueio" a todas as iniciativas e ações para o desenvolvimento destes países, prometendo colocar a sua experiência ao serviço da União Africana na busca de soluções para a paz e implementação de políticas económicas e sociais que promovam o progresso do continente.

 

É a primeira vez que Angola assume a presidência da organização de estados africanos, no mesmo ano em que o país comemora 50 anos de independência.

João Lourenço assegurou também o seu empenho nos temas escolhidos pela UA e por Angola, nomeadamente a justiça para os africanos e os afrodescendentes por meio de Reparações e a importância do investimento nas infraestruturas, como fator de desenvolvimento de África, em diálogo com os parceiros internacionais.

Destacou em particular as vantagens de cooperar numa África desenvolvida e industrializada, com capacidade para superar a fome, a pobreza, a miséria e o desemprego, "reduzindo assim a probabilidade de conflitos armados e de emigrantes ilegais junto das suas fronteiras".

 Estas são questões a ser abordadas também na 4.ª Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, que vai realizar-se em Sevilha, de 30 de junho a 04 de julho de 2025, realçando que se trata de "uma oportunidade histórica para se redefinirem as regras de financiamento global baseadas na justiça económica e na inclusão".

"Temas como a justiça fiscal, o alívio da dívida, o financiamento climático, as reformas nas instituições financeiras globais e a inclusão social, devem merecer a nossa atenção para que seja adotada uma posição comum que garanta ao continente o reforço da sua influência na governação financeira global, uma redução dos custos do endividamento e o acesso aos recursos necessários para alcançar um desenvolvimento sustentável", apelou o chefe de Estado angolano.

 No decurso da presidência angolana da União Africana que hoje se inicia, João Lourenço pretende também lançar "um vasto plano de atração de investimentos e de captação de recursos financeiros significativos" junto dos grandes parceiros internacionais, para que a Comissão da União Africana estabeleça as bases e defina os projetos de infraestruturas a serem realizados.

"Destaco o contributo que Angola poderá prestar ao desenvolvimento de África, colocando ao dispor o excedente energético que tem, para a mitigação das necessidades de vários países neste domínio", acrescentou.

João Lourenço afirmou também a importância do Corredor do Lobito e dos Caminhos de Ferro tanzanianos TAZARA, no comércio intra-africano e internacional, pelo papel que estas infraestruturas poderão desempenhar na interconexão entre os países africanos e na promoção do comércio.

O chefe de Estado angolano destacou ainda a importância central das questões de Paz e Segurança, em especial o programa que estabelece o "Silenciar das Armas até 2030", que visa transformar África numa região pacífica e segura, indicando que vai apresentar as ações que empreendeu sobretudo no que diz respeito à região Leste da República democrática do Congo (RDCongo).

O Presidente angolano que era mediador designado pela União Africana no conflito que opõe a RDCongo ao Ruanda abandona agora este papel para se concentrar no seu papel de presidente da  União Africana, anunciou numa entrevista à Jeune Afrique.

Apontou, por outro lado, o ambiente internacional "extremamente desafiante em face dos nefastos efeitos dos conflitos que o continente enfrenta, bem como dos que vive o Leste da Europa e a Região do Médio Oriente", contexto que exige que as Nações Unidas se tornem mais inclusivas devendo a reforma do Conselho de Segurança ser uma prioridade fundamental para o continente.

João Lourenço adiantou ainda que pretende neste ano de presidência angolana trabalhar em coordenação com a Comissão da União Africana, para mobilizar maiores recursos financeiros por via do reforço da quotização de cada Estado Membro para concretizar projetos e programas a nível continental e reduzir a dependência relativamente ao financiamento externo.

Leia Também: Oxford Economics revê em alta inflação em Angola para 20% este ano

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