Trump deve manter Putin "encurralado até ele perceber que está a perder"

O antigo conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos H. R. McMaster afirmou hoje em Londres que os líderes europeus devem pressionar o presidente norte-americano, Donald Trump, para não aliviar as sanções económicas à Rússia. 

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Lusa
17/02/2025 17:26 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Ucrânia

Num evento hoje em Londres, o general, que foi conselheiro de Trump entre 2017 e 2018, afirmou que os dirigentes europeus reunidos em Paris não se devem preocupar tanto com o encontro previsto para terça-feira entre representantes da Rússia e EUA, mas com futuras negociações. 

 

"Penso que o que seria útil nas discussões de hoje em Paris seria sair de lá com uma mensagem clara para o presidente Trump: façam o que fizerem, não deem a Putin o que ele quer de imediato. E qual é a primeira coisa que ele quer? O alívio das sanções. Porque ele está encurralado num canto. Mantenham-no encurralado até ele perceber que está a perder a guerra", afirmou, durante um evento organizado pelo centro de estudos Policy Exchange. 

McMaster argumenta que, para ser alcançado um resultado político favorável, ou seja, um acordo negociado de paz, o presidente russo, Vladimir Putin, tem de fazer concessões, eventualmente cedendo algum território que conquistou. 

"É necessário que Putin reconheça que está a perder a guerra. E penso que há uma oportunidade de o fazer novamente, principalmente através de meios económico-financeiros", vincou o militar reformado e atualmente professor universitário. 

Como exemplo, referiu medidas para baixar o preço do petróleo com vista a diminuir as receitas russas e reforçar sanções sobre a "frota fantasma" e sobre bancos chineses que facilitam transações financeiras de Moscovo.

Segundo o antigo conselheiro de segurança norte-americano, que foi sucedido em 2018 por John Bolton, atualmente "a Rússia está numa posição de profunda fraqueza". 

"Todos os exércitos, todos os indivíduos têm um ponto de rutura. Não se pode aguentar 30.000 baixas por mês. (...)

 Ele [Putin] está sentado em dinheiro que não pode converter. Está a gastar 47% do seu PIB [Produto Interno Bruto] na defesa, o que é insustentável. Tem uma inflação de 30% neste momento e escassez de mão-de-obra. É um verdadeiro problema para ele", enumerou.

Riade vai ser palco, a partir de terça-feira, de uma reunião entre altos representantes dos Estados Unidos e da Rússia que, segundo admitiu hoje o Kremlin (presidência russa), visa preparar negociações de paz na Ucrânia, "restaurar as relações" bilaterais e combinar uma cimeira entre presidentes.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e o enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, vão representar os Estados Unidos, adiantou o Departamento de Estado norte-americano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e Yuri Ushakov, conselheiro diplomático de Vladimir Putin, vão representar o Kremlin.

A questão da paz na Ucrânia e também da segurança na Europa vai também ser hoje discutida, mas pelos chefes de governo de pelo menos oito países europeus, os Presidentes do Conselho e da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO, numa reunião em Paris promovida pelo Presidente francês.

No encontro estarão, além da França, também a Alemanha, o Reino Unido, a Itália, a Polónia, a Espanha, os Países Baixos e a Dinamarca.

A Ucrânia, que assinala no sábado três anos em guerra na sequência da invasão pela Rússia em 24 de fevereiro 2022, teme ficar fora as negociações entre Washington e Moscovo.

A Rússia ocupa agora cerca de 20% do território da Ucrânia.

Leia Também: Washington diz que reunião EUA/Rússia não são negociações sobre Ucrânia

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