A mulher, uma paquistanesa de 28 anos, foi esfaqueada 28 vezes pelo irmão mais velho, enquanto caminhava com a filha em Apeldoorn, em setembro de 2023.
"É difícil imaginar um fim mais hediondo para uma vida humana. Foi morta de forma muito violenta à frente da filha", afirmou o tribunal no seu veredicto.
Além do irmão mais velho - identificado como Peshang A., de 36 anos - o tribunal condenou outro irmão da vítima e dois primos à mesma pena por participação no homicídio.
"As mensagens de áudio e de 'chat' que os homens trocaram entre si mostram que decidiram em conjunto que a vítima deveria morrer porque tinha envergonhado a honra da família", acrescentou o tribunal.
A mulher tinha-se divorciado e, embora a sua família quisesse que ela regressasse para junto dos seus pais em Haia, decidiu ficar em Apeldoorn com a sua filha e teve um novo relacionamento amoroso, o que se tornou conhecido dos seus familiares quando uma fotografia sua foi divulgada nas redes sociais.
"Os quatro homens fizeram então preparativos em conjunto para executar o seu plano, deixando deliberadamente o resto da família fora do plano fatal", explica o veredicto judicial.
O irmão mais velho, Peshang A., tentou fugir do tribunal após a leitura da sentença, mas foi impedido pela polícia.
Os quatro homens foram ainda condenados a pagar 70 mil euros à filha da vítima.
Os "crimes de honra" são comuns no Paquistão, já que parte da sociedade paquistanesa opera sob um código rígido de honra, sendo as mulheres dependentes dos seus familiares do sexo masculino em relação a escolhas sobre educação, emprego e com quem podem casar.
Em abril passado, um homem paquistanês que terá filmado o seu irmão a estrangular a irmã até à morte foi detido no âmbito do mais recente "crime de honra" que indignou o país.
Houve 384 "crimes de honra" reportados só em 2022, de acordo com a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão.
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