Os negociadores estão a discutir formas de garantir "a implementação de acordos anteriormente assinados" entre Israel e o grupo islamita Hamas e a entrega contínua de ajuda humanitária ao território palestiniano, segundo os serviços de imprensa do executivo do Cairo.
Israel anunciou hoje que iria enviar uma delegação para o Cairo para prosseguir as conversações, mediadas por Egito, Qatar e Estados Unidos, depois de o Hamas ter entregado os corpos de quatro reféns na noite passada, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos, ao abrigo da primeira fase do cessar-fogo que termina no sábado.
Uma segunda etapa, planeada para começar no domingo, prevê o fim definitivo da guerra e a libertação dos últimos reféns mantidos na Faixa de Gaza, mas o acordo entre as partes permanece bastante incerta.
A terceira e última fase do entendimento será dedicada à reconstrução do enclave palestiniano, um projeto gigantesco estimado pela ONU em mais de 53 mil milhões de dólares (50,9 mil milhões de euros).
O Hamas disse hoje de manhã que estava pronto para reiniciar conversações com Israel e que a única maneira de libertar os restantes reféns que conserva na sua posse seria um novo compromisso.
Israel "não tem outra escolha a não ser iniciar as negociações para a segunda fase", sustentou o grupo palestiniano.
As autoridades israelitas indicaram por seu lado que não pretendem retirar as suas tropas do corredor Filadélfia, uma zona tampão de 14 quilómetros entre a Faixa de Gaza e o Egito, apesar de a saída estar estipulada no acordo de cessar-fogo com o Hamas.
O grupo armado palestiniano advertiu que qualquer tentativa israelita de manter uma zona tampão no corredor seria uma "violação flagrante" do acordo.
Israel deveria começar a retirar os seus militares do Corredor Filadélfia no sábado e concluí-la em oito dias.
A última transferência de prisioneiros e reféns foi a última planeada ao abrigo da primeira fase de seis semanas do cessar-fogo.
O Hamas devolveu 33 reféns, incluindo oito corpos, em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos em cadeias israelitas.
O conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas no sul do território israelita em 07 de outubro de 2023, fazendo cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 48 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, e destruiu o enclave palestiniano.
Leia Também: Netanyahu acusa Exército de ocultar investigações sobre ataques do Hamas