De acordo com a imprensa belga, a diligência em Portugal - não tendo sido identificados os 12 locais visados - foi feita pela Guarda Nacional Republicana, suspeitando-se de práticas de 'dumping' social.
Para além das suspeitas de fraude no valor de 15 milhões de euros à Segurança Social da Bélgica, as autoridades belgas investigam ainda um alegado de branqueamento de 30 milhões de euros.
No total, houve cinco buscas na Bélgica e 12 em Portugal, tendo sido apreendidos seis viaturas e alguns milhares de euros.
A empresa de construção 'BTB Bridges, tunnels and buildings', com sede no município de Anderlecht (Bruxelas), é detida por portugueses, tendo mesmo uma versão em português no seu site na internet, onde se lê que existe há 29 anos.
Segundo a informação divulgada, a BTB recorreu a mais de 200 trabalhadores destacados de Portugal, provenientes de várias empresas portuguesas que iam sucessivamente entrando em falência, tendo as autoridades do trabalho de Liège (96 quilómetros a este de Bruxelas) identificado dez empresas diferentes em seis anos.
O objetivo desta prática, suspeitam as autoridades, era dar à BTB acesso durante anos ao período legal de destacamento, fixado pelas diretivas europeias num máximo de 24 meses, fugindo a pagar as prestações sociais dos trabalhados na Bélgica.
Estas operações deram à BTB a possibilidade de empregar trabalhadores portugueses a um custo salarial muito inferior ao dos belgas, o que se refletia no valor das candidaturas para contratos públicos.
Uma das obras em que a BTB participou foi a construção da nova sede da NATO, em Evere (Bruxelas).
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