Mortágua acusa Montenegro de ter "cadeia de valores distorcida"

A coordenadora do BE considerou hoje que a reação do primeiro-ministro aos protestos de sábado, em Lisboa, mostra que "a cadeia de valores" de Luís Montenegro "está distorcida", acusando-o de querer competir com a extrema-direita.

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Lusa
13/01/2025 11:32 ‧ há 6 horas por Lusa

Política

Manifestações

Em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa, Mariana Mortágua alegou que na manifestação de sábado contra o racismo e xenofobia, denominada "Não nos encostem à parede", saiu à rua "o país da sensatez, da liberdade, da democracia", "o orgulho de um país que quer ser antirracista" e "não se quer deixar consumir pelo ódio, egoísmo, mentira".

 

"Se o primeiro-ministro entende que esse país da liberdade, da democracia, da igualdade, da solidariedade, da verdade é um extremo, é porque a própria cadeia de valores, a organização de valores do primeiro-ministro está distorcida e nós sabemos porquê", acusou a bloquista.

No sábado, no 5.º Encontro Nacional de Autarcas Social-Democratas, que decorreu em Ovar, distrito de Aveiro, o primeiro-ministro fez referência às duas manifestações realizadas nesse dia em Lisboa, uma contra o racismo e a xenofobia na sequência da operação policial no Martim Moniz, que contou com milhares de pessoas, e uma vigília convocada pelo Chega na sequência do primeiro protesto, de apoio à PSP, denominada "Pela autoridade e contra a impunidade", que contou com algumas centenas de pessoas.

"Num dia onde os extremos erguem cada um a sua bandeira em contraponto, em conflito aberto para o outro, o da direita para a esquerda e o da esquerda para a direita, nós somos o elemento aglutinador, de confluência, de moderação. Aqueles que privilegiamos o respeito dos direitos das pessoas e o interesse coletivo de todo o povo português", afirmou Luís Montenegro.

Na ótica de Mariana Mortágua, a "cadeia de valores" do chefe do executivo PSD/CDS-PP "está distorcida" porque Montenegro "está numa competição com a extrema-direita em temas como a segurança e como a imigração".

"E sabemos que está distorcida porque vimos o Governo a ordenar uma operação policial em que instrumentalizou as forças policiais, em que fez da polícia uma vitrine de uma propaganda para falsamente associar imigração a segurança. Uma operação que não respeitou as regras básicas do Estado de direito, que não foi proporcional", criticou, referindo-se às imagens de dezenas de imigrantes encostados às paredes dos prédios, para serem revistados no passado dia 19 de dezembro, na Rua do Benformoso.

Para Mortágua, "de um lado está a democracia, a liberdade, a sensatez, a igualdade, o Estado de direito".

"Do outro está um Governo empenhado em fazer uma propaganda política e disputar votos com a extrema-direita. Diga-me lá onde é que está o extremo", desafiou.

Interrogada sobre os desacatos ocorridos no domingo na Rua do Benformoso, no Martim Moniz, que causou sete feridos, todos estrangeiros em situação regular no país, Mariana Mortágua argumentou que estes incidentes provam "que as ações de propaganda que instrumentalizam a polícia para fazer a política do Governo, não trazem segurança".

Na ótica da bloquista, a segurança é garantida com "polícia de proximidade", quando "há respeito pelo Estado de Direito, quando sabemos que a lei se aplica igualmente a todas as pessoas e que todas as ocorrências".

"Em Portugal, todos os incidentes, todos, devem ser investigados, devem ser julgados e devem ser punidos, quer tenham ocorrido na Quinta da Marinha, quer tenham ocorrido em Arroios", frisou.

Leia Também: Protesto de extremos? "Primeiro-ministro precisa de ir ao oftalmologista"

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