Na apresentação da sua candidatura ao cargo que ocupou entre 1999 e 2002, que decorreu esta manhã, Nuno Cardoso garantiu que esta não é uma candidatura "contra ninguém", mas sim "para unir" e que encabeça ao "projeto de que o Porto precisa", recusando assim poder ser encarado como um problema para a candidatura socialista de Manuel Pizarro.
"Um grande desafio é, de facto, a habitação. Não me conformo com a situação que vivemos de falta de habitação, não me conformo com a pouco iniciativa governamental e da cidade em si", afirmou.
A solução para o "problema tremendo" que é a habitação passa, para Nuno Cardoso, pelo cooperativismo: "Ando há oito anos a tentar convencer ministros deste país de que é preciso relançar o movimento cooperativo habitacional. Não se consegue arrancar com o movimento cooperativo, porque não há vontade política. O Porto vai ter essa vontade política, o Porto vai relançar o cooperativismo em Portugal".
Explicando que teve "a sorte de colaborar com a construção da cidade nos anos 90", Nuno Cardoso apontou o desafio da mobilidade, defendo que é necessário criar agora a "mobilidade das pessoas".
"A cidade que hoje existe foi muito pensada por mim, mas era a cidade do automóvel, eu criei a mobilidade do automóvel. Neste momento, já o mundo deu muitas voltas (...). Temos que garantir mais espaço para os peões, mais ciclovias, temos que renovar toda uma mobilidade e atualizá-la aos tempos de hoje", disse.
A "questão sénior" é outra das preocupações de Nuno Cardoso, que quer um Porto mais inclusivo, onde os seniores tenham um papel ativo, e também um Porto seguro.
Questionado sobre se a segurança é um das suas preocupações, Nuno Cardoso referiu a existência de sem-abrigo e guiou o seu discurso para a imigração: "Como é óbvio, se não damos habitação às pessoas, se as pessoas são maltratadas, são exploradas, depois temos problemas de segurança, é natural".
Para Nuno Cardoso, "tenta-se desvalorizar porque há umas estatísticas, às vezes as estatísticas resultam porque as pessoas já não se dão ao trabalho de reclamar e de denunciar problemas de segurança".
"A segurança é, naturalmente, um aspeto fundamental. Temos que ver quais são as raízes da insegurança. Nós temos um outro drama social com que eu não me conformo, que é com os sem-abrigo", apontou.
E prometeu: "Nós vamos resolver o problema dos sem-abrigo (...) eu não me conformo com pessoas a dormir na rua. Isso introduz problemas de segurança".
Dos sem-abrigo, o discurso passou para a importância de "enquadrar a questão dos imigrantes", realçando Nuno Cardoso que "os imigrantes são uma força de trabalho, têm culturas próprias" e que é preciso "dar espaço a que possam expressar as suas culturas e que se integrem "
"Temos que ver os imigrantes como uma enorme mais-valia, mas é óbvio que os imigrantes têm que cumprir com as regras. Primeiro de tudo, têm que nos respeitar, nós não vamos ficar aculturados de ninguém", defendeu.
Alias, salientou, "o país não pode ser tomado por qualquer etnia ou qualquer outra raça que vá começando a ter expressão demográfica no país".
"Temos que ter uma cidade que seja atrativa, que seja colhedora para toda a gente e temos que nos fazer respeitar, se houver uma etnia qualquer que se porte mal, tem que sofrer as suas consequências", defendeu.
Nuno Cardoso candidatou-se pela primeira vez à Câmara Municipal do Porto em 2013, atingindo os 1,08% da votação (1255 votos).
Já foram confirmadas as candidaturas à Câmara do Porto de Manuel Pizarro, pelo PS, e de Diana Ferreira, pela CDU.
O atual executivo é composto por seis eleitos pelo movimento de Rui Moreira, três eleitos pelo PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas deverão decorrer entre 22 setembro e 14 outubro de 2025.
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