Para muitos, a frase 'orgasmos durante o sono' pode evocar memórias da adolescência e das desconfortáveis conversas sobre 'sonhos húmidos'. Mas a verdade é que os orgasmos noturnos não são exclusivos da puberdade, mas sim um fenómeno natural e normal que pode continuar na idade adulta, afetando tanto homens como mulheres.
Os orgasmos durante o sono, também conhecidos como orgasmos noturnos, são "orgasmos espontâneos que ocorrem durante o sono sem estimulação física", começa por explicar a Lelo num comunicado de imprensa. Nos homens, estes "são frequentemente associados à ejaculação (daí o termo 'sonhos húmidos'), mas as mulheres também os experienciam, com ou sem sinais físicos externos". "Ao contrário dos orgasmos alcançados durante a atividade sexual consciente, os orgasmos durante o sono surgem inteiramente de processos internos no corpo e no cérebro, tornando-se uma janela única para os nossos ritmos sexuais naturais."
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Estes orgasmos ocorrem geralmente durante a fase REM (movimento rápido dos olhos) do sono. "A intensa atividade cerebral, os sonhos vívidos e as mudanças fisiológicas, incluindo o aumento do fluxo sanguíneo para os órgãos genitais, caracterizam o sono REM", refere a Lelo. Nos homens, isso manifesta-se como tumescência peniana noturna, ou 'ereção matinal', e nas mulheres, envolve o aumento da excitação clitoriana e vaginal.
Durante o sono REM, o sistema límbico do cérebro (responsável pelas emoções, memórias e excitação) torna-se altamente ativo. Enquanto isso, o córtex pré-frontal (que governa o pensamento racional e as inibições sociais) assume um papel secundário. "Esse cocktail neural cria a tempestade perfeita para sonhos eróticos e, ocasionalmente, uma resposta orgásmica."
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Qual a frequência dos orgasmos durante o sono nos adultos?
Embora os orgasmos noturnos sejam de forma mais comum associados à adolescência, devido à maior atividade hormonal, "vários estudos sugerem que os adultos também os experienciam, embora com frequências variadas. As pesquisas indicam que cerca de 37% das mulheres e 83% dos homens referem ter tido pelo menos um orgasmo durante o sono na sua vida. No entanto, a frequência difere significativamente entre os indivíduos e é influenciada por fatores como o stress, a qualidade do sono e a atividade sexual", indica a Lelo.
De acordo com a marca, "a excitação noturna regular reflete um sistema nervoso e vascular saudável". Além disso, os orgasmos durante o sono "podem servir como uma forma do corpo manter os sistemas sexuais ativos e responsivos, mesmo durante períodos de atividade sexual pouco consciente" e "destacam a profunda interação entre os aspetos fisiológicos e psicológicos da excitação".
Esclarece ainda que "um equívoco comum é que os orgasmos noturnos refletem necessidades sexuais não satisfeitas ou desejos reprimidos". Porém, "embora os sonhos eróticos possam acompanhar os orgasmos durante o sono, a resposta fisiológica frequentemente ocorre sem qualquer conteúdo sexual explícito. É uma forma do corpo manter a função e vitalidade sexual, não uma resposta da sua vida acordado", remata.
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