"Desloquei-me hoje a Amã para me encontrar com o Rei Abdullah II, na sequência das reuniões de Aqaba sobre a Síria" e, nessa ocasião, "manifestei o total apoio da Europa à Jordânia nestes tempos de incerteza", disse Ursula von der Leyen, numa declaração hoje publicada.
No dia em que se deslocou à capital jordana para este encontro de alto nível, numa altura de tensões geopolíticas no Médio Oriente, a responsável garantiu: "A União Europeia (UE) trabalhará em estreita colaboração com a Jordânia e os nossos parceiros para assegurar uma transição política na Síria, em conformidade com os princípios estabelecidos na Resolução 2254 do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
"Esta abordagem será adotada passo a passo: intensificaremos e prestaremos ajuda humanitária através da Jordânia e apoiaremos a rápida recuperação dos serviços e infraestruturas de base", elencou a líder do executivo comunitário.
Na mesma declaração, Ursula von der Leyen adiantou esperar "com expectativa a oportunidade de receber o Rei Abdullah II em Bruxelas no início de 2025" para uma "parceria estratégica reforçada".
Estas palavras da presidente da Comissão Europeia surgem após a queda do regime sírio de Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, na sequência de uma ofensiva relâmpago conduzida por uma coligação opositora, liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe) e que inclui fações pró-turcas.
A queda do regime de Bashar al-Assad, que fugiu com a família para a Rússia após os rebeldes terem tomado o controlo de Damasco, ditou o fim de cinco décadas de poder da família do ex-presidente, mas também está a lançar várias interrogações sobre o futuro deste país devastado e fraturado por 13 anos de guerra civil, um conflito que ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas'.
O novo poder instalado em Damasco entretanto nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.
Nos últimos 13 anos, a UE e os seus Estados-membros mobilizaram mais de 33,3 mil milhões de euros em ajuda humanitária, mas também para o desenvolvimento, economia e para a estabilização do país, apoiando os sírios que permaneceram no território ou que procuraram refúgio em países da região.
Estima-se que os anos de guerra deixaram o povo da Síria exposto e vulnerável a situações como deslocações em massa, insegurança alimentar generalizada, infraestruturas em ruínas, declínio económico e doenças evitáveis, com cerca de 16,7 milhões de pessoas a necessitar urgentemente de assistência humanitária.
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