O diplomata português enviou o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários e Coordenador de Emergências, Tom Fletcher, que reuniu com o primeiro-ministro interino, Mohammad al-Bashir e com o líder da nova administração síria, Ahmed al Sharaa.
Tanto Al Sharaa como Al Bashir prometeram a Fletcher o acesso humanitário em todas as passagens fronteiriças, algo muito restrito no passado, e que forneceriam autorizações e vistos rápidos aos trabalhadores humanitários, detalhou o gabinete de Guterres, em comunicado.
Da mesma forma, garantiram ao enviado de Guterres a continuidade dos serviços públicos essenciais, incluindo a saúde e a educação, e que irão realizar "um diálogo genuíno e prático" com a comunidade humanitária.
Para Guterres, este é um momento que se apresenta ao povo sírio "para construir um futuro melhor, e a comunidade internacional deve apoiá-lo".
Tom Fletcher, líder do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) também alertou na segunda-feira que a Síria precisa de "um fluxo de ajuda massivo" após a queda do presidente Bashar al-Assad e mais de uma década de guerra civil.
"As coisas estão a progredir muito, muito rapidamente", sublinhou, acrescentando que "o importante é que o povo sírio tenha agora o seu destino nas suas mãos".
A tomada de Damasco, em 08 de dezembro, por uma coligação de grupos rebeldes liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe), derrubou Bashar al-Assad.
O responsável da ONU sublinhou que "sete em cada dez sírios precisam de ajuda agora" e que a ONU quer "fazer coisas grandes" para fornecer "alimentos, medicamentos, abrigo, mas também fundos para desenvolver uma Síria na qual a população possa voltar a acreditar".
De acordo com Tom Fletcher, OCHA tem "planos ambiciosos" para a Síria.
O HTS, antigo braço sírio da Al-Qaeda, afirma ter rompido com o 'jihadismo', mas continua classificado como "terrorista" por várias capitais ocidentais.
Questionado se iria encorajar o levantamento das sanções, Fletcher disse que "ainda é muito cedo".
"É um momento de grande mudança. As coisas estão a mudar e temos de ser flexíveis", acrescentou.
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