As autoridades norte-americanas pediram uma pena de prisão superior a cinco anos para Michael Wei Yueh Liu, de 59 anos, que foi condenado em setembro por conspiração e branqueamento de capitais por gerir uma empresa conhecida como USA Happy Baby.
Phoebe Dong, a mulher de Liu - embora o casal já se tenha separado - também foi condenada no âmbito do esquema e deverá ser sentenciada no início do próximo ano.
Em tribunal, Liu pediu clemência para cuidar dos seus pais idosos e do filho de 13 anos, todos dependentes dele, enquanto cerca de uma dúzia de apoiantes, muitos deles da sua igreja, compareceram para prestar apoio moral.
Liu disse que a sua família sofreu profundamente durante quase uma década.
"A minha intenção sempre foi defender os valores da integridade e da responsabilidade, por isso lamento quaisquer ações ou decisões que nos possam ter levado a este momento de julgamento", destacou Liu ao tribunal durante a audiência de sentença.
"Tentei o meu melhor para continuar a ser uma fonte de estabilidade para a minha família, mas o meu encarceramento irá colocá-los numa posição mais vulnerável", acrescentou.
O juiz distrital dos EUA, R. Gary Klausner, disse que os familiares dos arguidos são muitas vezes os que sofrem, mas são as ações do arguido, e não as do tribunal, que causaram o dano.
Ainda assim, Klausner disse que reduziu a pena devido à situação familiar de Liu.
As autoridades norte-americanas disseram que a USA Happy Baby ajudou centenas de mulheres a viajar da China para dar à luz bebés de cidadãos norte-americanos entre 2012 e 2015.
Os turistas pagaram até 40 mil dólares por serviços, incluindo aluguer de apartamentos durante as suas estadias no sul da Califórnia e trabalharam com entidades estrangeiras que orientou as mulheres sobre o que dizer durante as entrevistas de visto e ao chegar aos aeroportos dos EUA, aconselhando-as a usar roupas largas para esconder a gravidez.
O processo contra Liu e Dong decorria há vários anos. As autoridades federais revistaram mais de uma dúzia de casas em todo o sul da Califórnia numa repressão de 2015 contra operadores de empresas que atendiam mulheres chinesas que procuravam dar à luz os seus bebés nos Estados Unidos e quatro anos mais tarde acusaram a dupla e mais de uma dúzia de outras pessoas, incluindo uma mulher que se declarou culpada e foi condenada a 10 meses de prisão por gerir uma empresa conhecida como You Win USA.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prometeu acabar com a cidadania por direito de nascença assim que tomar posse, mas qualquer esforço nesse sentido enfrentaria enormes obstáculos legais.
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