O presidente de França agradeceu a Gisèle Pelicot "pela coragem" e por ser "uma pioneira" para as mulheres, um dia depois da condenação do ex-marido a 20 anos de prisão por violação.
"Obrigado, Gisèle Pelicot. Pela palavra Justiça, em nome da qual enfrentou esta provação de cabeça erguida", escreveu Emmanuel Macron, na rede social X.
"Por todos nós, porque a sua dignidade e coragem comoveram e inspiraram França e o mundo", sublinhou o presidente.
Mas também "pelas mulheres, que têm para sempre uma pioneira para falar e lutar", salientou Macron.
Os políticos franceses tinham já saudado unanimemente, na quinta-feira, "a coragem" de Gisèle Pelicot, depois do veredito do tribunal criminal de Avignon (sudeste), no final de um julgamento com impacto mundial.
Merci Gisèle Pélicot.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) December 20, 2024
Pour ce mot de justice au nom duquel vous avez affronté l’épreuve tête haute.
Pour les femmes, qui ont pour toujours une éclaireuse pour parler et lutter.
Pour nous tous, car votre dignité et votre courage ont ému et inspiré la France et le monde. pic.twitter.com/6203dON8t4
Pelicot, de 72 anos, tornou-se num verdadeiro ícone da luta contra a violência sexual contra as mulheres, depois de recusar um julgamento à porta fechada, assistindo às sessões com o rosto descoberto "para que a vergonha mude de lado".
Gisèle foi violada e drogada com ansiolíticos durante uma década pelo agora ex-marido, Dominique Pelicot, que recrutou na internet dezenas de desconhecidos, com idades compreendidas entre os 27 e os 74 anos, para violar a mulher com a qual foi casado cerca de 50 anos.
As provas dos crimes foram encontradas pela polícia no computador de Dominique, em 2020, em mais de 20.000 vídeos e fotografias, que levaram os investigadores a contar 72 violadores, apenas conseguindo identificar 50, todos condenados, na quinta-feira, a penas entre três e 18 anos de prisão.
Dominique, de 72 anos, foi detido por filmar por baixo das saias de mulheres num supermercado.
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