Num relatório hoje publicado, a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos dá a conhecer que examinou três ataques perpetrados pelo grupo libanês em outubro que fizeram oito mortos e pelo menos 16 feridos em Israel, tendo concluído que estes atos representam violações do Direito Internacional, na sequência de uma utilização "imprudente" deste tipo de armamento.
Nestes bombardeamentos, acrescenta a Amnistia Internacional, o Hezbollah terá utilizado sistemas de lançamento múltiplo de 'rockets' não guiados, cujos projéteis carecem de fiabilidade em termos dos objetivos que pretendem atingir.
Os especialistas desta ONG - que examinaram as provas relativas a estes ataques nos últimos meses - entendem que o princípio da distinção entre objetivos militares e civis não foi respeitado, embora o contexto fosse de guerra.
O grupo xiita libanês pró-iraniano declarou em várias ocasiões que os seus ataques eram dirigidos contra objetivos militares, mas admitiu em outros momentos que também procurava impactar localidades civis em geral.
A Amnistia Internacional investiga há meses os efeitos colaterais do conflito desencadeado entre as Forças de Defesa de Israel e o Hezbollah, que começou há mais de um ano, mas que se intensificou em setembro passado.
O fogo cruzado entre o grupo libanês Hezbollah e Israel, iniciado em 08 de outubro de 2023, evoluiu para uma situação de guerra, com bombardeamentos constantes das forças israelitas, que também lançaram incursões terrestres.
O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
Só no primeiro dia daquela que foi apelidada de "Operação Flechas do Norte", o Hezbollah lançou mais de 200 'rockets' contra Israel.
A Amnistia Internacional já tinha analisado anteriormente os bombardeamentos israelitas no Líbano e concluiu também que podiam constituir crimes de guerra, na medida em que também causaram vítimas entre a população civil.
As autoridades libanesas estimam que mais de 4.000 pessoas tenham morrido devido aos ataques de Israel, enquanto as autoridades israelitas estimam o número de mortos do outro lado da fronteira em mais de uma centena.
Em novembro passado, as duas partes chegaram a acordo para uma trégua de 60 dias.
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