Número de refugiados congoleses sem precedentes no Burundi

Cerca de 30.000 congoleses encontraram refúgio no Burundi, depois de fugirem do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), algo inédito em 25 anos, segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

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Lusa
20/02/2025 11:35 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Burundi

A ACNUR manifestou, ainda, grande preocupação com os novos avanços do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) e dos seus aliados ruandeses.

 

Depois de terem tomado Goma, a capital do Kivu do Norte, numa ofensiva relâmpago no final de janeiro, estes combatentes tomaram o controlo de Bukavu, a capital do Kivu do Sul, a apenas cinquenta quilómetros do Burundi, no domingo.

Os combates continuam a alastrar-se no Kivu do Sul, na fronteira entre o Ruanda e o Burundi, sobretudo a sudeste, aproximando-se da capital económica do Burundi, Bujumbura, e obrigando um grande número de civis a atravessar a fronteira.

"Esta é a maior vaga de refugiados que o Burundi já viu desde o início dos anos 2000", afirmou Brigitte Mukanga-Eno, representante do ACNUR naquele país, numa conferência de imprensa em Bujumbura, na tarde de quarta-feira, na presença de funcionários e diplomatas.

Segundo a responsavel, o número de refugiados é de 30.000. Na segunda-feira, as autoridades do Burundi tinham indicado um número de 10.000.

"Estes números são apenas temporários, porque infelizmente continuam a chegar milhares de pessoas todos os dias", acrescentou, apontando para as províncias fronteiriças de Bubanza e Cibitoke.

De acordo com o ACNUR, antes desta vaga de refugiados, o Burundi já tinha no seu território cerca de 90.000 refugiados, principalmente congoleses, que chegaram ao país durante as duas guerras do Congo (1996-1997 e 1998-2003).

A fronteira entre Bujumbura e Uvira, do lado congolês, é também um corredor económico e humano crucial nesta região dos Grandes Lagos sem litoral.

Desde outubro de 2023, o Burundi enviou mais de 10.000 soldados para ajudar o exército congolês a enfrentar o M23 e outros grupos armados.

Na quarta-feira à noite, o enviado especial do Secretário-Geral da ONU para a região dos Grandes Lagos, Huang Xia, disse ao Conselho de Segurança da ONU que o M23 e os seus aliados continuavam a avançar para "outras áreas estratégicas" no Kivu do Norte e no Kivu do Sul.

O chefe da missão de manutenção da paz da ONU na RDCongo(Monusco), Bintou Keita, também se mostrou preocupado com o avanço do M23, que se encontra atualmente "na junção das três fronteiras entre a RDCongo, o Ruanda e o Burundi", disse.

Leia Também: RDCongo. Presidente do Burundi alerta para risco de conflito regional

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