"Esta ação não só representa um elevado risco para a segurança da navegação aérea e marítima internacional, como também constitui uma provocação aberta contra a paz e a estabilidade regionais", declarou o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan, em comunicado.
A partir das 08h42 horas (00h42, em Lisboa), os militares detetaram um total de 32 aviões chineses, incluindo caças J-11, aviões de alerta precoce KJ-500, veículos aéreos não tripulados ('drones') e "outros tipos de aviões de combate principais e auxiliares", a sobrevoar as proximidades do seu território, de acordo com o comunicado.
Do total de aviões, 22 cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan e as suas linhas de extensão, entrando na região norte e sudoeste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan para efetuar uma "patrulha conjunta de prontidão de combate", a nona comunicada pelas autoridades da ilha até agora este ano.
Durante estes exercícios, os aviões chineses "violaram flagrantemente" as normas internacionais ao delimitarem "sem aviso prévio" uma área de exercício a cerca de 40 milhas náuticas (74 quilómetros) ao largo da costa de Kaohsiung e Pingtung, no sul de Taiwan, alegando que estariam a realizar "treinos de tiro", afirmou o ministério.
"Numa altura em que o mundo inteiro está empenhado na paz, estas ações da China contradizem completamente as suas repetidas declarações de 'respeito mútuo' e 'coexistência pacífica' com vista à 'prosperidade partilhada'", afirmou o ministério, acrescentando que a China "é a maior ameaça à paz e à estabilidade" na região.
Estes exercícios, que não foram oficialmente confirmados por Pequim, realizam-se num contexto de tensões crescentes entre a China e Taiwan, uma ilha governada autonomamente desde 1949 e considerada pelas autoridades chinesas como uma província sua.
Desde a tomada de posse do atual líder de Taiwan, William Lai Ching--te, em maio, a China intensificou a sua campanha de pressão militar contra a ilha.
Taipé registou um total de 3.067 incursões de aviões de guerra chineses em 2024, mais 80% do que no ano anterior.
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