A posição do partido consta num comunicado de imprensa divulgado hoje a propósito de uma visita de três dias que o coordenador do PCP/Açores, Marco Varela, realizou à ilha das Flores para "aprofundar o conhecimento das preocupações mais sentidas" e "contribuir para a resolução dos problemas existentes".
Segundo a nota, nos contactos realizados por Marco Varela com instituições e habitantes desta ilha do grupo Ocidental açoriano, foram abordados vários assuntos, com destaque para os transportes aéreos e marítimos.
No transporte marítimo de mercadorias "os problemas persistem ano após ano" e as dificuldades e atrasos no abastecimento da ilha das Flores "são recorrentes".
O PCP exige "soluções eficazes para situações em que o navio de abastecimento, por razões climatéricas, não consegue operar", considerando que "a solução estrutural para melhorar o abastecimento da ilha passa pela reconstrução do porto das Lajes das Flores [destruído pela passagem do furacão Lorenzo em outubro de 2019], que tem sofrido constantes atrasos e retrocessos".
"É urgente tomar medidas para que a obra seja iniciada o quanto antes, aproveitando os meses de bom tempo para avançar com a sua execução", defende Marco Varela no comunicado hoje enviado à agência Lusa.
Quanto aos transportes aéreos de e para a ilha das Flores, com a aproximação do verão as "preocupações intensificam-se, especialmente diante das soluções precárias oferecidas no verão anterior".
"Muitos florentinos, por razões profissionais ou de saúde, necessitam deslocar-se, mas enfrentam dificuldades para garantir um lugar na SATA", refere o partido, que considera a política de transportes "uma lacuna".
Por isso, os comunistas dizem ser "imperativo adotar medidas para que o caos do ano passado não se repita" este ano.
Para o PCP/Açores, a habitação também "constitui um problema crónico e um entrave ao desenvolvimento" da ilha das Flores, alegando que os jovens encontram dificuldades em encontrar casa, "uma vez que as habitações para arrendamento são escassas e dispendiosas, e o crédito à habitação é pouco acessível".
Já os serviços públicos sob responsabilidade do Governo da República estão "comprometidos".
"Muitas instalações encontram-se em condições precárias, sem estrutura adequada para trabalhadores e utentes, somando-se ainda a insuficiência de recursos humanos", é referido.
O partido evidencia ainda que o seu coordenador nos Açores verificou na ilha das Flores o "agravamento das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores e pela população em geral".
"O que ocorre nas Flores e na região em geral reflete as políticas ruinosas da direita, que governa em favor de uma minoria que continua a acumular riqueza, em detrimento da maioria da população, que enfrenta dificuldades crescentes para viver na sua terra", afirma.
O PCP/Açores considera que "é preciso dizer basta ao abandono a que o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM), com o apoio do Chega, tem condenado as Flores e os florentinos".
"É urgente romper com esta política que deixa a ilha à sua sorte e acentua as desigualdades entre as diferentes ilhas do arquipélago", concluiu.
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