"Onze meses depois, e por muito que o Governo anuncie que o país está no bom caminho, a vida das pessoas na Península de Setúbal confirma exatamente o contrário (...) quando, nos últimos fins de semana, todos aqueles que precisavam de atendimento urgente pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), encontraram urgências de ginecologia e obstetrícia e de pediatria dos hospitais do Barreiro, de Almada e de Setúbal encerradas", acusa a DORS do PCP.
Em comunicado com as conclusões da reunião da DORS de segunda-feira, o PCP denuncia também "a insegurança das grávidas e famílias, que já dependem da triagem telefónica para ter atendimento para si ou para os seus filhos e que, no passado fim de semana, tiveram imposta a deslocação para fora da região".
Sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o PCP acusa ainda o Governo de, "ao invés de anunciar o início da construção do Hospital do Seixal", ter anunciado "a sua opção de entregar o Hospital de Almada, bem como todas as unidades de Saúde integradas naquela (Unidade Local de Saúde (ULS), aos grupos económicos que intervêm na área".
O PCP alerta ainda para as políticas do Governo da AD na área da mobilidade, com cortes e atrasos consecutivos nos transportes públicos, por vezes a abarrotar, como tem acontecido nos comboios da Fertagus, "quando [o executivo] nem avançou com a aquisição de comboios para a Fertagus, nem obrigou a concessionária a adquiri-los, e quando mantém a concessão do transporte ferroviário na ponte 25 de abril, apesar do péssimo serviço prestado".
Os comunistas criticam ainda o Governo por manter a concessão a privados da ligação fluvial Setúbal/Troia sem a integrar no passe intermodal e de não avançar com a construção da terceira travessia rodoferroviária sobre o Tejo, entre Chelas e Barreiro.
O aumento das dificuldades na habitação, com "milhares de famílias a viver em condições indignas, e com o aumento do número de barracas, não obstante o papel substitutivo de muitas autarquias", e a ausência de respostas para as "escolas a precisar de intervenção urgente, da responsabilidade do Ministério da Educação", integram também o rol de críticas do PCP à política do atual Governo.
A DORS do PCP considera ainda que, numa altura em que "milhares de trabalhadores protestam pelos seus salários que não acompanham o aumento do custo de vida e pelos direitos que o patronato procura roubar", o Governo se comporta como um "conselho de gestão dos interesses do grande capital".
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