Em conferência de imprensa, em Bruxelas, depois de uma reunião ministerial, Kaja Kallas (ex-primeira-ministra da Estónia) anunciou a realização de uma conferência na capital da Bélgica com o intuito de reunir apoios para a reconstrução da Síria.
No entanto, a alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança não avançou com uma data prevista.
Sobre o processo de transição política no país - onde Turquia, Irão, Rússia e outros países disputam influências - Kaja Kallas apelou a que seja "unicamente feita pela Síria" e encabeçada pela população síria.
Mas para o reatar das relações diplomáticas com a União Europeia acontecer, a chefe da diplomacia europeia impôs como condições o respeito pela liberdade religiosa, incluindo todas as minorias, "pelos direitos das mulheres".
Sobre as bases militares russas em território sírio, Kaja Kallas reconheceu que são "uma preocupação para a União Europeia" e um centro para as atividades de Moscovo em África.
"Isso é algo que vai ser discutido nas conversas que vamos ter", completou, após a primeira reunião enquanto nova representante da diplomacia comunitária.
Durante a conferência de imprensa, Kaja Kallas foi questionada sobre a possibilidade de levantamento das sanções contra o Hayat Tahrir al-Sham (HTS, Organização para a Libertação do Levante), considerado uma organização terrorista pelos países da União Europeia, já que foi no passado um ramo da Al-Qaida.
Kallas revelou que apresentou uma proposta, que não era para ser decidida hoje, sobre essa possibilidade, mas com condições: "É para [os ministros] começarem a trabalhar nisso, para estarmos preparados para adaptar a nossa política de sanções quando começarmos a ver ações concretas da nova liderança síria".
"Precisamos de começar esse processo agora, somos 27 democracias", sustentou.
[Notícia atualizada às 17h50]
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