Numa declaração esta semana ao Wall Street Journal, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que "o Kennedy Center aprendeu da maneira mais difícil que, se formos 'woke', vamos à falência".
"O Presidente Trump e os membros do seu recém-nomeado conselho de administração estão empenhados em reconstruir o Kennedy Center, transformando-o numa instituição próspera e altamente respeitada, onde todos os americanos e visitantes de todo o mundo possam desfrutar das artes com respeito pela grande história e tradições dos Estados Unidos", acrescentou Leavitt.
No primeiro mês do seu segundo mandato, o Presidente dos Estados Unidos destituiu a direção da instituição artística e anunciou que tinha sido eleito presidente do conselho por unanimidade.
Trump afastou recentemente David M. Rubenstein, o maior doador do centro e agora vai enfrentar a tarefa de reunir financiamento, algo que para Michael M. Kaiser, que foi presidente do Kennedy Center durante 13 anos, constitui "um desafio muito grande".
A presidente demissionária do Kennedy Center, Deborah F. Rutter, nomeada em 2014, foi substituída, a título provisório, pelo diplomata Richard Grenell, que foi embaixador dos EUA na Alemanha durante o primeiro mandato de Donald Trump.
Citada pelo The New York Times, Rutter diz que o processo de obtenção de fundos é "muito mais complexo do que alguém realmente compreende", aludindo para a necessidade de cultivar relações com os artistas, supervisionar pessoal e trabalhar com o Congresso e a Casa Branca.
"Estou muito, muito, muito triste com o que acontece aos nossos artistas, com o que acontece nos nossos palcos e com o pessoal que os apoia", disse Rutter durante uma entrevista à NPR.
"O Kennedy Center é suposto ser um farol para as artes em toda a América, em todo o país", acrescentou.
O centro, que funciona sob a Smithsonian Institution como uma parceria público-privada, tem apenas 16% do seu financiamento proveniente do governo federal, cerca de 43 milhões de dólares, que é aplicado em manutenção e obras.
Trump preside agora a uma direção que, por tradição, estava dividida entre nomeados democratas e republicanos, mas que é agora predominantemente republicana, com recentes adições, incluindo a Procuradora-Geral Pamela Bondi, a estrela de música 'country' Lee Greenwood e a chefe de gabinete da Casa Branca Susie Wiles.
Consultores do Kennedy Center, como o músico Ben Folds e a cantora Renée Fleming, demitiram-se e o ator Issa Rae cancelou um espetáculo. Durante um concerto no fim de semana passado que decorreu como previsto, a cantora e compositora Victoria Clark usou uma t-shirt onde se lia "ANTI TRUMP AF".
Trump ignorou principalmente o centro durante seu primeiro mandato, tornando-se o primeiro Presidente a não comparecer na cerimónia anual de honras organizada pelo centro para homenagear personalidades americanas.
Refletindo a sua abordagem geral de governo, Trump tem sido muito mais agressivo e proativo no seu segundo mandato, citando algumas atuações 'drag' no centro como uma razão para o transformar completamente.
No final da década de 1950 o presidente republicano Dwight Eisenhower apoiou um projeto de lei do Congresso liderado pelos democratas que pedia um "Centro Nacional de Cultura".
Já no início da década de 1960, o Presidente democrata John F. Kennedy lançou uma iniciativa de angariação de fundos e o seu sucessor, o Presidente Lyndon B. Johnson , promulgou um projeto de lei de 1964 que passou a designar o projeto como Centro Memorial de Artes Performativas John F. Kennedy, um ano após a morte do seu antecessor.
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