EUA. Líder contradiz alegação de que milhões de mortos recebem benefícios

O novo responsável da Segurança Social norte-americana referiu na quarta-feira que os centenários falecidos "não estão necessariamente a receber benefícios", contradizendo alegações de que dezenas de milhões de pessoas mortas com mais de 100 anos recebem pagamentos da agência.

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Lusa
20/02/2025 06:50 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Estados Unidos da América

Lee Dudek, o novo comissário interino da Administração da Segurança Social (SSA, na sigla em inglês) que foi colocado no cargo pelo presidente Donald Trump, prestou o esclarecimento depois de Trump e o conselheiro bilionário Elon Musk terem alegado nas redes sociais e em conferências de imprensa que pessoas com 100, 200 e até 300 anos estão a receber benefícios de forma indevida e rotineira.

 

Embora seja verdade que foram feitos pagamentos indevidos, incluindo alguns a pessoas mortas, os números divulgados por Trump e Musk são exagerados e deturpam os dados da Segurança Social, noticiou a agência Associated Press (AP).

Trump sublinhou numa conferência de imprensa na Florida, na terça-feira, que os Estados Unidos têm "milhões e milhões de pessoas com mais de 100 anos" a receber benefícios da Segurança Social.

O republicano repetiu estas alegações ao discursar, na quarta-feira, numa conferência de investidores internacionais e multimilionários em Miami, apesar da declaração anterior do responsável da SSA.

Musk, cujo Departamento de Eficiência Governamental está a procurar erradicar fraudes, desperdícios e abusos, publicou uma série de publicações na sua plataforma de redes sociais X na noite de segunda-feira, incluindo: "Talvez Twilight seja real e haja muitos vampiros a receber Segurança Social" e "Ter dezenas de milhões de pessoas marcadas na Segurança Social como 'VIVAS' quando estão definitivamente mortas é um GRANDE problema".

A AP noticiou que parte da confusão vem do sistema de 'software' da Segurança Social baseado na linguagem de programação COBOL, que não tem um tipo de data. Isto significa que algumas entradas com datas de nascimento em falta ou incompletas devolverão, por defeito, um ponto de referência de há mais de 150 anos.

A organização noticiosa WIRED foi a primeira a relatar a utilização da linguagem de programação COBOL na SSA.

Além disso, uma série de relatórios do inspetor-geral da SSA em março de 2023 e julho de 2024 referem que a agência não estabeleceu um novo sistema para anotar adequadamente as informações de óbito na sua base de dados, que incluía cerca de 18,9 milhões de números de Segurança Social de pessoas nascidas em 1920 ou antes, mas não foram marcadas como falecidas. Isto não significa, no entanto, que estes indivíduos estivessem a receber benefícios.

A agência decidiu não atualizar a base de dados devido ao custo de o fazer, que ultrapassaria os 9 milhões de dólares.

Um relatório da SSA de julho de 2023 referiu que "quase nenhum dos titulares de números discutidos no relatório recebe atualmente pagamentos do SSA". E, a partir de setembro de 2015, a agência interrompeu automaticamente os pagamentos a pessoas com mais de 115 anos.

Dudek, que foi nomeado chefe interino da SSA após a demissão de Michelle King, emitiu um comunicado de imprensa na quarta-feira reiterando o compromisso da agência com a transparência.

"Os dados reportados são de pessoas nos nossos registos com um número de Segurança Social que não têm uma data de falecimento associada ao seu registo. Estes indivíduos não estão necessariamente a receber benefícios", apontou.

Um relatório de julho de 2024 do inspetor-geral da Segurança Social referiu que, dos anos fiscais de 2015 a 2022, a agência pagou quase 8,6 biliões (milhão de milhões) de dólares em benefícios, incluindo 71,8 mil milhões de dólares --- ou menos de 1% --- em pagamentos indevidos. A maioria dos pagamentos incorretos foram pagamentos indevidos a pessoas vivas.

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