"A democracia, conquistada após a Segunda Guerra Mundial, é um parâmetro e um exemplo da melhor governação que tivemos nos últimos 70 anos, mas através da sua forma de agir, Trump está a tentar armar-se em imperador do mundo", disse Lula numa entrevista a uma rádio local, a Rádio Tupi.
"Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, não o mundo", insistiu, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), o chefe de Estado brasileiro.
As declarações de Lula da Silva surgem numa altura de grande tensão entre Donald Trump e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, num contexto de discussões entre os EUA e a Rússia sobre a guerra na Ucrânia.
Lula não mencionou diretamente o conflito na Ucrânia, mas disse que é "importante respeitar a soberania de cada país, porque isso fortalece a democracia".
Trump, continuou o chefe de Estado brasileiro, "está a tentar dar a sua opinião sobre todos os países, sobre todas as políticas públicas".
Sobre as recentes decisões em termos de política alfandegária da administração norte-americana, nomeadamente a imposição de tarifas mais elevadas, Lula da Silva salientou o aumento das tarifas sobre o aço, pedindo ao presidente dos EUA para "parar com esse protecionismo", e reiterando que haverá "reciprocidade" se Washington alterar o sistema fiscal que abrange os produtos brasileiros.
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, depois do Canadá.
"Todos os dias, ele ameaça outros países", lamentou Lula, pedindo a Trump que mostre "mais compreensão e amizade para com seus parceiros comerciais".
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