"Tempo é dinheiro". Indiano processa cinema por exibir anúncios (e ganha)

Abhishek MR, de 30 anos, residente em Bangalore, tinha combinado uma ida ao cinema com amigos, em dezembro de 2023, mas apesar do bilhete que comprou indicar que a sessão teria início às 16h05, teve de ficar 25 minutos a assistir a anúncios.

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© MONEY SHARMA/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
26/02/2025 08:53 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto

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Índia

Uma ida ao cinema é sinónimo de anúncios antes do início do filme, o que permite aos amantes da sétima arte irem para a fila das pipocas com calma e sem medo de perderem o arranque de um filme em exibição.

 

No entanto, um residente na Índia não ficou muito feliz com a espera, após ter comprado um bilhete para o filme de guerra 'Sam Bahadur', e decidiu levar o assunto para tribunal - e ganhou, noticia o The Guardian.

Abhishek MR, de 30 anos, residente em Bangalore, tinha combinado uma ida ao cinema com amigos, em dezembro de 2023, mas apesar do bilhete que comprou indicar que a sessão teria início às 16h05, teve de ficar 25 minutos a assistir a anúncios de próximos filmes em exibição assim como de produtos comerciais, tais como utensílios domésticos, telemóveis e carros antes de ser, finalmente, exibido o filme que queria realmente ver.

O homem ficou furioso com a demora, acima de tudo porque tinha planeado regressar ao trabalho assim que terminasse o filme, e considerou que os minutos de anúncios foram uma interrupção que saiu cara na sua vida. 

Abhishek MR avançou com uma ação judicial contra a PVR Inox, a maior rede multiplex de cinema na Índia onde é revelado que: "O queixoso não pôde comparecer a outros compromissos e marcações agendadas para o dia e enfrentou perdas que não podem ser calculadas em termos monetários como compensação", cita o The Guardian.

O processo acusa ainda a rede de cinemas de priorizar receita publicitária em detrimento dos seus clientes e de forçá-los a assistir aos anúncios contra a sua vontade. 

Em fevereiro deste ano, o tribunal do consumidor considerou que "tempo é considerado dinheiro" e mostrou-se bastante solidário para com Abhishek MR. Na sequência dessa decisão, o cinema foi condenado a pagar cerca de 540 euros ao queixoso por tê-lo feito perder tempo assim como 54 euros por consequências psicológicas e ainda para pagar as despesas legais.

"Na nova era, o tempo é considerado dinheiro, o tempo de cada um é muito precioso", afirmou o tribunal. "25 a 30 minutos é um tempo considerável para ficar parado no cinema a assistir a anúncios desnecessários. Pessoas com agendas apertadas não têm tempo a perder", acrescentou.

Por sua vez, o cinema tentou defender-se argumentando que era legalmente obrigado a mostrar anúncios. No entanto, em tribunal ficou constatado que a maioria dos anúncios exibidos antes do filme eram comerciais.

Na Índia, o cinema é visto como um meio altamente eficaz para a publicidade, com a sua participação no setor cada vez mais alta, e são exibidos anúncios antes do filme e durante um intervalo de cerca de 15 minutos no meio do mesmo.

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