Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS-PP, falava em conferência de imprensa sobre degradação das regras de urbanidade no parlamento. Uma questão que ganhou relevância na quinta-feira, quando uma deputada do Chega, Diva Ribeiro, acusou a ex-secretária de Estado socialista, Ana Sofia Antunes, que é cega, de só falar sobre matérias de deficiências.
Perante os jornalistas, o líder parlamentar do CDS admitiu que da bancada do Chega são proferidos apartes de caráter insultuoso, mas rejeitou que o PS se possa agora assumir "como guardião da moralidade".
"É uma hipocrisia", sustentou o dirigente democrata-cristão e antigo secretário de Estado, contrapondo que o CDS, "enquanto partido fundador da democracia e que está no parlamento há 50 anos, tem a autoridade de pedir e de fazer um apelo para que os outros partidos elevem o nível" de debate na Assembleia da República.
"Certamente que também fazemos apartes, mas são apartes que estão dentro das regras de civilização e de urbanidade que devem acompanhar a natureza desses mesmos apartes. Fazemos um apelo para que as outras bancadas, não só a bancada do Chega, mas também outras bancadas à esquerda, cumpram os requisitos mínimos e dignifiquem as instituições, designadamente o parlamento", salientou Paulo Núncio.
Paulo Núncio considerou que "em muitos casos os insultos provenientes das bancadas do Chega estão exatamente ao mesmo nível dos insultos e das calúnias que têm sido feitos por deputados das bancadas à esquerda".
"Não estou a desculpar os apartes do Chega. Há muitos apartes que são feitos pela extrema-esquerda e que são feitos pelas bancadas do PS, que têm passado um pouco debaixo do tapete. As bancadas da esquerda não estão imunes aos ataques e às críticas que têm sido feitas", acrescentou.
Em suma, de acordo com o líder parlamentar do CDS, a bancada do PS "também é culpada pelo nível muito baixo a que chegaram os trabalhos parlamentares".
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