Em declarações aos jornalistas no parlamento, Mariana Mortágua frisou que todos sabem a diferença "do que era a Assembleia da República antes, do que era o comportamento dos deputados antes, no plenário, do que era o ambiente que se vivia no debate democrático e daquilo que é hoje, da agressividade de hoje, da degradação do nível do debate de hoje".
"Esta degradação tem um único responsável, é o Chega", acusou.
Por outro lado, a deputada considerou que tal não se deve ao facto de os deputados do partido liderado por André Ventura poderem sem "mal criados, não terem maneiras" e nem sequer "ao cadastro que alguns desses deputados possam ter".
"Há um princípio político e uma estratégia política que nós temos visto noutros países e que o Chega está a trazer para a democracia portuguesa. Todos os dias nós vemos no parlamento uma coisa que ontem pensávamos que não era aceitável, e todos os dias a fronteira do que é aceitável ou inaceitável se expande mais um pouco por ação do Chega", criticou.
Para a líder do BE, "este tipo de iniciativas é deliberado, é estratégico e o seu objetivo é banalizar a violência".
"O que o Chega está a dizer ao país e está a dizer aos seus apoiantes é que é aceitável insultar deputadas por serem negras, que é aceitável insultar deputadas por serem deficientes, que é aceitável insultar. E isto não é um problema de má formação, é um problema de estratégia política", criticou.
Mariana Mortágua disse ter a certeza que, muitos dos que votaram no Chega, "têm vergonha destes comportamentos, têm vergonha desta banalização da violência, do insulto, do ódio e que hoje se arrependem de ter votado no Chega".
"É obviamente a essas pessoas que queremos falar, queremos apelar, dizendo que o parlamento não é isto, isto é o Chega no parlamento, o parlamento é muito mais, muito melhor, com todos os seus defeitos e vícios e tudo, mas é muito melhor que isto", afirmou.
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