O ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, considerou, na quinta-feira, que o que se passou no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) "é da maior gravidade" e acusou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, de não terem dado a devida "importância" à greve dos técnicos de emergência.
"O gabinete da ministra e o gabinete da secretária de Estado entenderam que era uma greve que não tinha importância e que não ia afetar os serviços do INEM. A direção do INEM terá achado a mesma coisa e, por isso, não trataram de definir os serviços mínimos", disse, no programa Informação Privilegiada, do canal Now.
Para Medida, "a ministra achou que isso não tinha importância" e "a secretária de Estado - que nada tem a ver com Saúde, vem da gestão de empresas de comunicação social, e não tem noção nenhuma do que é o sistema de Saúde nem a sua complexidade - achou que a greve não iria ter impacto nenhum."
"A administração do INEM pensou a mesma coisa e, por isso, não ativou os serviços mínimos. Agora, quem tem a responsabilidade até para poder desconvocar essa greve é o Governo. Não se trata de algo que esteja no poder da direção do INEM. O que se passou é da maior gravidade porque o serviço foi profundamente afetado por não haver recursos humanos suficientes", atirou.
Em causa está a divulgação de um relatório preliminar da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que concluiu que o Ministério da Saúde não informou INEM que haveria uma greve dos técnicos de emergência.
A inspeção que analisou o impacto da greve dos técnicos de emergência no ano passado concluiu que o INEM ficou impedido de definir os serviços mínimos por não ter recebido atempadamente do Ministério da Saúde os pré-avisos dos sindicatos.
Segundo o relatório preliminar da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), divulgado na véspera, o INEM "não recebeu atempadamente a comunicação de pré-avisos das greves gerais convocadas para os dias 31 de outubro e 4 de novembro".
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