O eventual levantamento das sanções económicas impostas há anos ao governo de Bashar al-Assad e outras ações restritivas depende de ações e não de palavras, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, numa conferência de imprensa.
"As sanções nunca se destinam a ser permanentes. Impomos sempre sanções para tentar induzir mudanças de comportamento e, se virmos mudanças, é claro que estamos abertos a levantá-las", afirmou.
As decisões que os EUA tomarem dependerão da forma como as autoridades interinas atuarem, sublinhou, salientando que não podia avançar mais nada sobre o assunto.
Miller acrescentou que Washington conseguiu contactar "todas as partes importantes no terreno na Síria, incluindo a aliança Organização de Libertação do Levante (HTS), a coligação de insurgentes que derrubou al Asad, e referiu que, quando for apropriado, será enviado pessoal dos EUA para a zona".
Hoje, o Comando Central dos EUA (Centcom) anunciou que as suas forças mataram 12 terroristas do Estado Islâmico numa ofensiva na Síria contra campos e operacionais.
"Os danos estão a ser avaliados e não há indicação de vítimas civis", acrescentou o Centcom, cujo general Michael Erik Kurilla afirmou que não permitiriam que o Estado Islâmico "se reconstituísse e tirasse partido da situação atual".
Também hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico anunciou o envio de uma delegação oficial para se reunir com as autoridades interinas da Síria, lideradas pela Organização de Libertação do Levante (HTS), que depôs o Presidente Bashar al-Assad.
"Posso confirmar hoje que enviámos uma delegação de altos funcionários britânicos a Damasco para uma reunião com as novas autoridades sírias interinas e membros de grupos da sociedade civil", disse o chefe da diplomacia britânica, David Lammy, numa conferência de imprensa em Londres.
Lammy afirmou ainda que o Reino Unido apoiará "um processo político de transição inclusivo, liderado pela Síria e propriedade da Síria".
Os Estados Unidos (EUA) anunciaram no sábado passado que tinham estabelecido "contactos diretos" com a HTS.
No domingo, o chefe da diplomacia britânica anunciou que o Reino Unido tinha "contactos diplomáticos" com o grupo.
A HTS "continua a ser uma organização terrorista proibida [no Reino Unido], mas podemos ter contactos diplomáticos", disse, com o objetivo de garantir o estabelecimento de um "governo representativo" e a segurança das reservas de armas químicas na Síria.
Londres anunciou também que vai desbloquear 50 milhões de libras (60,1 milhões de euros) para ajudar os "sírios mais vulneráveis" na Síria, no Líbano e na Jordânia.
A mudança de regime está a lançar várias interrogações sobre o futuro deste país devastado e fraturado por 13 anos de guerra civil, num conflito que ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas'.
O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.
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