"A situação é extremamente dramática", frisou Tom Fletcher, em declarações aos jornalistas em Damasco, acrescentando que a ONU pretende "apressar a ajuda maciça à Síria e intensificar rapidamente" as suas operações.
"As coisas estão a progredir muito, muito rapidamente", sublinhou, acrescentando que "o importante é que o povo sírio tenha agora o seu destino nas suas mãos".
A tomada de Damasco, em 08 de dezembro, por uma coligação de grupos rebeldes liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe), derrubou Bashar al-Assad.
O responsável da ONU sublinhou que "sete em cada dez sírios precisam de ajuda agora" e que a ONU quer "fazer coisas grandes" para fornecer "alimentos, medicamentos, abrigo, mas também fundos para desenvolver uma Síria na qual a população possa voltar a acreditar".
De acordo com Tom Fletcher, OCHA tem "planos ambiciosos" para a Síria.
"Muito dependerá das conversações que teremos aqui com as autoridades", sublinhou o responsável, que se reuniu hoje com o primeiro-ministro interino, Mohammad al-Bashir.
As novas autoridades sírias trabalham há uma semana para tranquilizar as capitais estrangeiras, que gradualmente estabelecem contactos com os seus líderes enquanto a economia do país continua sujeita a severas sanções norte-americanas e europeias.
O HTS, antigo braço sírio da Al-Qaeda, afirma ter rompido com o 'jihadismo', mas continua classificado como "terrorista" por várias capitais ocidentais.
Questionado se iria encorajar o levantamento das sanções, Fletcher disse que "ainda é muito cedo".
"É um momento de grande mudança. As coisas estão a mudar e temos de ser flexíveis", acrescentou.
Leia Também: Síria: EUA afirmam estar abertos a levantar sanções se situação melhorar