"Apesar dos nossos avisos e da presença de navios mercantes na zona, pelo menos 15 pessoas que seguiam a bordo da embarcação morreram afogadas, segundo fontes do Alarm Phone", um projeto voluntário que é responsável por responder aos apelos de ajuda dos migrantes em alto mar, declarou a organização não-governamental (ONG) Sea Watch.
"A chamada guarda costeira líbia intercetou 82 sobreviventes e devolveu-os à violência e à detenção na Líbia", acrescentou a ONG alemã.
Na quarta-feira, a Sea Watch tinha informado que havia "mais de uma centena de pessoas à deriva num barco no Mediterrâneo" e que "não havia registo de qualquer operação de resgate".
A embarcação foi avistada pelo Seabird, avião da Sea Watch, na zona de resgate e busca de Tunes e a sua posição foi imediatamente comunicada através dos canais de emergência, mas ninguém respondeu, embora houvesse alguns navios mercantes na região.
Em 11 de dezembro ocorreu outro naufrágio, no qual foi resgatada do mar uma rapariga de 11 anos da Serra Leoa, a única sobrevivente de uma embarcação em que viajavam cerca de 45 pessoas.
No relatório anual da ONG SOS Humanidade, foi relatado que mais de 1.600 crianças, mulheres e homens morreram na tentativa de chegar a Itália através do Mediterrâneo central. Cerca de 21.000 pessoas em fuga foram intercetadas no mar pela guarda costeira líbia e obrigadas a regressar aos centros de detenção do país.
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