"Hoje, mais de 1.000 dias após o início da invasão total da Rússia, o Conselho Europeu [...] reafirma o seu apoio constante à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. Reafirma igualmente o compromisso inabalável da União Europeia de continuar a prestar apoio político, financeiro, económico, humanitário, militar e diplomático à Ucrânia e ao seu povo, durante o tempo que for necessário e com a intensidade que for necessária [pois] a Rússia não pode prevalecer", refere a instituição.
As conclusões escritas deste que é primeiro Conselho Europeu presidido por António Costa foram aprovadas logo na manhã de quarta-feira pelos embaixadores dos Estados-membros junto da UE, sendo que a última vez em que um texto foi acordado na íntegra na véspera foi em 2012.
Hoje, o texto foi endossado pelos líderes da UE, defendendo "uma paz global, justa e duradoura, baseada nos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional".
Nas conclusões, a instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da União condena ainda "veementemente o apoio de países terceiros, bem como dos seus atores e entidades, que permitem à Rússia manter a sua guerra de agressão contra a Ucrânia", nomeadamente a Coreia do Norte, que enviou tropas para o conflito.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participou hoje em Bruxelas no primeiro Conselho Europeu presidido pelo novo líder da instituição, António Costa, cimeira que inaugura um novo formato de um dia, para ser mais eficaz, com menos conclusões escritas.
O encontro de alto nível surge depois de, a 01 de dezembro, o antigo primeiro-ministro português ter passado o primeiro dia do seu mandato em Kiev para garantir o apoio da UE à Ucrânia face à invasão russa, e de nessa altura ter convidado o Presidente do país, Volodymyr Zelensky, para se deslocar a Bruxelas.
Nesta reunião de alto nível dos líderes europeus, a ideia é enviar uma mensagem de apoio à Ucrânia, numa altura de impasse na guerra na Ucrânia e antes de o Presidente eleito norte-americano Donald Trump tomar posse em janeiro.
Apesar de não se esperarem novos anúncios para a Ucrânia, este primeiro Conselho Europeu de Costa traz como novidade o método de trabalho dos líderes da União, que após receberem Zelensky se estão a concentrar em temas como as migrações, o papel da UE no mundo e noutras tensões geopolíticas, como no Médio Oriente, mas apenas num dia em vez dos até agora habituais dois.
No passado dia 01 de dezembro, António Costa começou o seu mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu, sendo o primeiro socialista e o primeiro português neste cargo.
Leia Também: "Não é fácil". Metsola elogia Costa e "vontade de trabalhar em conjunto"