O Comité dos Direitos da Criança da ONU manifestou a sua preocupação com a escalada de violência nas províncias orientais do Kivu do Norte e do Kivu do Sul, onde os grupos armados têm cada vez mais como alvo as crianças deslocadas ou que vivem nas ruas devido à pobreza.
Como exemplo, a comissão cita o caso de 45 crianças assassinadas que viviam num abrigo para crianças abandonadas em Goma, cidade tomada em janeiro pelas milícias do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), enquanto outras 30 raparigas da instalação fugiram para o vizinho Ruanda e vivem agora nas ruas da cidade fronteiriça de Gisenyi.
Por outro lado, "a violência sexual tornou-se uma ocorrência diária para algumas crianças nas áreas afetadas pela violência", sublinhou o comité, apelando ao fim desses abusos e à negociação de um cessar-fogo.
Os peritos da ONU denunciam também que o ataque a infraestruturas civis, como escolas e hospitais, está a deixar muitas crianças na zona sem serviços básicos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que, dos 26,4 milhões de pessoas que necessitam de assistência humanitária na RDCongo, 15,4 milhões são crianças.
Quarenta por cento dos 6,7 milhões de pessoas deslocadas internamente pelo conflito na África Oriental são também crianças, e muitas delas, fora da escola, são vítimas frequentes de recrutamento forçado e outros abusos.
Leia Também: EUA apoiam liderança angolana na busca de paz na RDCongo