"Poeta extraordinária, jornalista comprometida, antifascista convicta e feminista corajosa. Maria Teresa Horta é uma daquelas pessoas a quem devemos tudo. Obrigada", lê-se numa publicação da dirigente bloquista, divulgada na rede social 'X' (antigo Twitter).
Maria Teresa Horta apoiou publicamente, em 2021, a candidatura da bloquista Marisa Matias à Presidência da República.
A última das "Três Marias", autoras da obra "Novas Cartas Portuguesas" (1972), morreu hoje, em Lisboa, anunciou a editora Dom Quixote.
Nascida em Lisboa em 1937, Maria Teresa Horta frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi dirigente do ABC Cine-Clube, militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, jornalista do jornal A Capital e dirigente da revista Mulheres.
"Novas Cartas Portuguesas", escrita por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, a partir das cartas de amor dirigidas a um oficial francês por Mariana Alcoforado, constituiu-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril, que denunciava a guerra colonial, as opressões a que as mulheres eram sujeitas, um sistema judicial persecutório, a emigração e a violência fascista.
Como escritora, estreou-se no campo da poesia em 1960, mas construiu um percurso literário composto também por romances e contos.
Em dezembro de 2024, Maria Teresa Horta foi incluída numa lista elaborada pela estação pública britânica BBC de 100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo, que incluía artistas, ativistas, advogadas ou cientistas.
Militante do Partido Comunista Português durante 14 anos, de 1975 a 1989, quando se deu a queda do muro de Berlim e o início do fim da União Soviética, Maria Teresa Horta foi convidada pelo partido a chefiar a redação da revista Mulheres.
Esta revista foi um projeto pessoal de Maria Teresa Horta, que lhe permitiu entrevistar mulheres de relevo da política, da cultura e da literatura, entre as quais Maria de Lourdes Pintasilgo, Marguerite Yourcenar, Marguerite Duras e Maria Bethânia.
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