Delegação norte-americana reúne-se com novas autoridades em Damasco

Uma delegação norte-americana chegou hoje à sede do chefe da coligação que tomou o poder na Síria para o primeiro contacto entre Washington e as novas autoridades, observaram os jornalistas da Agência France Presse.

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© Getty Images/OMAR HAJ KADOUR/AFP

Lusa
20/12/2024 09:50 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Síria

Os diplomatas, que viajaram em veículos automóveis registados na Jordânia e identificados com bandeiras dos Estados Unidos devem encontrar-se com o chefe do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), uma organização classificada como terrorista por Washington, Ahmad al-Chareh, conhecido como Abu Mohammad al-Jolani.

 

Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a mesma delegação também prevê reunir-se com representantes da sociedade civil para discutir "a visão do futuro do país e a forma como os Estados Unidos podem apoiar".

Esta delegação, a primeira missão diplomática formal enviada pelos Estados Unidos a Damasco desde o início da guerra civil, inclui Roger Carstens, que foi encarregado de recolher informações sobre os norte-americanos desaparecidos na Síria, como o jornalista Austin Tice, raptado em agosto de 2012.

Os Estados Unidos seguem as mesmas posições da França, da Alemanha, do Reino Unido e das Nações Unidas, que já enviaram enviados diplomáticos a Damasco.

Na quinta-feira, centenas de pessoas manifestaram-se em Damasco a favor da democracia e dos direitos das mulheres na nova Síria.

"A era do silêncio acabou. Estaremos atentos a qualquer posição que prejudique as mulheres e não a aceitaremos", disse Majida Moudarres, uma manifestante de 50 anos.

Ao mesmo tempo, milhares de pessoas manifestavam-se em Qamichli, no nordeste do país, em apoio às forças curdas que tentam repelir as ofensivas dos combatentes apoiados pela Turquia, um aliado do novo poder sírio.

"Queremos uma Síria democrática, onde todos tenham os seus direitos", afirmou Salha Kalach, um curdo de 50 anos.

A comunidade curda teme perder a autonomia limitada que conquistou desde o início da guerra civil.

A queda de Bashar al-Assad foi saudada com cenas de júbilo, quase 14 anos após o início da guerra civil desencadeada em 2011 pela repressão contra as manifestações pró-democracia.

A guerra civil fez mais de meio milhão de mortos e provocou uma vaga seis milhões de refugiados.

O antigo ramo sírio da Al-Qaeda, o HTS afirma ter-se afastado do radicalismo islâmico e procura tranquilizar a população numa altura em que, segundo a ONU, o país necessita urgentemente de uma ajuda humanitária.

O Ocidente mantém-se cauteloso, enquanto procura estabelecer laços com as autoridades de transição, consciente do risco de fragmentação do país e do ressurgimento do grupo radical Estado Islâmico, que nunca foi completamente erradicado na Síria.

Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram que duplicaram o número dos seus efetivos militares no país nos últimos meses, atingindo os dois mil, no âmbito das operações contra o Estado Islâmico.

Washington apoia as Forças Democráticas Sírias (SDF), dominadas pelos curdos, que controlam zonas semiautónomas do norte da Síria.

Leia Também: Dois jornalistas turcos vítimas de explosão na região de Alepo

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