Movimento de Mulheres faz queixa junto do MP contra jogo 'No Mercy'

O Movimento Democrático de Mulheres vai apresentar queixa ao Ministério Público e junto da Comissão para a Igualdade de Género contra os autores do jogo 'No Mercy', que desafia os utilizadores a tornarem-se no "pior pesadelo das mulheres".

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© Steam / Zerat Games

Lusa
11/04/2025 15:09 ‧ há 2 dias por Lusa

País

No Mercy

Em comunicado, O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) defende que o videojogo "promove a violência sexual e misoginia" e exige, por isso, que as plataformas tecnológicas sejam responsabilizadas.

 

Nesse sentido, o MDM "avança com participação junto da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) e da Procuradoria-Geral da República, com vista à responsabilização dos autores e à salvaguarda dos direitos fundamentais das mulheres".

Sustenta que o conteúdo do videojogo constitui "uma grave incitação à violência contra as mulheres, normalizando práticas de ódio e discriminação que violam princípios constitucionais e legais fundamentais".

"A existência de jogos como 'No Mercy', recentemente disponível na plataforma "Steam", é reveladora de uma cultura que alimenta e normaliza a violência sexual contra as mulheres e raparigas, e com ela lucra economicamente.

O jogo deixou de estar disponível na Steam Portugal a partir de hoje, depois de ter sido retirado pela Zerat Games.

Na opinião do MDM, o mundo vive atualmente "num sistema económico que transforma tudo em lucro" e que "não hesita em disseminar conceções que objetificam, mercantilizam e violentam as mulheres, ignorando e violando valores e direitos humanos fundamentais".

"O referido 'jogo', apesar de não usar a palavra 'violação' de forma explícita, constrói uma narrativa centrada na coação, na promoção da violação e na objetificação violenta das personagens femininas. Frases como 'nunca aceites um não como resposta' e 'torna-te no pior pesadelo de qualquer mulher' são suficientes para compreender a gravidade deste conteúdo profundamente misógino", apontou o MDM.

A associação refere que não é caso único e que esta lógica de lucro através da promoção da violência sexual "alimenta o lucro de plataformas tecnológicas", atacando a integridade, dignidade e segurança das mulheres.

"É preciso deixar de compactuar com os gigantes tecnológicos. Quem promove, aloja ou lucra com conteúdos que alimentam a violência contra as mulheres deve ser responsabilizado, sem exceções", defende o MDM.

Acrescenta que só a indignação não basta e defende, por isso, que as entidades competentes tomem as medidas adequadas para interromper a proliferação de conteúdos que promovem e banalizam a violência contra as mulheres.

Querem também a responsabilização das plataformas digitais que alojam, divulgam e lucram com este tipo de conteúdos, e uma resposta institucional firme, que proteja as raparigas e mulheres.

O Centro Nacional de Exploração Sexual dos Estados Unidos (NCOSE) pediu na quarta-feira a retirada global do videojogo No Mercy devido a conteúdos "perturbadores".

O jogo estava na quinta-feira disponível na plataforma portuguesa, por 11,79 euros.

O NCOSE instou a Steam a removê-lo da sua plataforma, alertando que "promove violência sexual explícita, incesto, chantagem e dominação masculina, incentivando explicitamente os jogadores a se envolverem em atos não consensuais e comportamento misógino".

Leia Também: Centro de Exploração Sexual pede remoção de jogo que "promove violência sexual"

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