O ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares do governo de Pedro Passos Coelho, que liderou o processo de união das freguesias, há 12 anos, Miguel Relvas, diz estar contra a desagregação que o Parlamento aprovou, esta sexta-feira.
Em entrevista à Antena 1, Miguel Relvas considerou a reposição de 302 freguesias "um erro, um retrocesso político que vamos pagar caro".
"Os deputados em vez de andarem a olhar para as assimetrias regionais que existem no país, estão mais preocupados em criar mais lugares clientelares, acho que isto é inaceitável", atirou, acrescentando que "o baixo clero parlamentar, tomou conta do processo no Parlamento".
O antigo governante recordou que a medida que ficou conhecida como 'Lei Relvas' tinha como objetivo, além da contenção de custos, numa altura de aperto para o país, tornar os municípios mais ágeis. "Nós unimos, demos escala, demos dimensão", reiterou.
O PSD, o partido de Miguel Relvas, é um dos que vai votar a favor da desagregação de freguesias, algo que o ex-governante admite que lhe "custou muito".
"Isto para mim é claramente uma cedência aos interesses clientelares locais e isto é mau para o país, é mau para a democracia e é mau para os partidos. Não tenho dúvidas de que estão a cometer um erro grave", atirou, acrescentando que a criação de mais presidentes da junta terá um custo de 2,5 milhões de euros e que as mudanças podem causar constrangimentos no próximo processo eleitoral: as Autárquicas.
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